era tanto quando te escrevia e eu gostava. sabia mexer nas palavras que mexiam nas suas glândulas salivares. sabia que você devoraria a todas num suave e propositado mastigar. que lamberia os beiços e os dedos. tanto que era delírio, colírio, cólera, vício. sabia que era bom não ser só verdade. que brota do imaginar uma perfeição que sua, germina. era assim que nos entendíamos e não nos entediávamos. não existia pudor entre versos e verbos. era um fazer de conta. existia a reticência pra depois do suspiro. te escrevia em silêncio e aos berros e era bom. algumas palavras se repetiam. pele nuca boca. se pareciam. era tanto que me confundia. sabia que eu ficava bêbada quando te escrevia?
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