21 setembro, 2009

dormi no filme chato e agora, insone, resolvo problemas imaginários dos personagens que mal conheci. gelo na água que a noite é quente. quase todos os domingos são desagradáveis como frango assado. invento a brincadeira de fotografar relógios em suas horas iguais.03:03. um acúmulo de incômodos faz fileira no pensamento. amanhã vou nadar. parar de fumar. e comer frutinha vermelha entre as refeições. sãos problemas parecendo vãs soluções para o viver feliz para. me recuso a usar o sempre. a insônia dos insanos precisa de vagalumes. hoje nenhum deles adentrou pela janela. noite quente e escura. o último pedaço do insenso barato queima vestigiando a mesa de cinzas. e quase nada vira muito. ou quase tudo se vai. que seja. que haja. que haja beleza no número oito.

de novo, um barco esperando bater a onda.

de repente um brio. era possível criar uma história baseada naquele domingo insosso. enquanto eu dormia no filme chato, choveu. só vi quando abri a porta da cozinha. chuva muda o quintal. chamaria-se domingo de chuva e seria a cena de uma mulher na chuva. ela está feliz. caminha devagar, às vezes pára, coloca o cabelo para trás. é de noite. luz da lua e dos postes. ela está de vestido e jaqueta jeans por cima. está encharcada. sorri. a história acaba quando ela chega em determinado lugar. onde ela chegaria? não sei, não importa. a história é da mulher e da chuva. da mulher na chuva. sorrindo sei lá de que.

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