15 maio, 2008

relativo amar

não se assuste
o tempo do amor é relativo
uma vida toda
ou uma noite inteira
alguns nunca se acabam
outros nem começam

não se avexe
o tempo do amor é maré
de repente ele chega
costuma não avisar
se manso ou ressaca
se profundo ou raso

não se prenda
que o amor não é castigo
ele é doce se vivido
e sofrido se calado
é leveza quando perto
infinito sem amarras

não se apavore
o gosto do amor é de carne
salgado se lágrimas
doce se gargalhadas
insaciável desejo
onde quer que seja

não se apresse
o tento do amor é certeiro
e não costuma ser breve
chega sem alarde
sem pedir permissão
tempera com tempestade
chuvas ralas de verão

o amor quando acontece
reinventa o tempo

invólucro dos oceanos

INVÓLUCRO

o mar é pra poucos
o vento, pros fortes
a chuva pra lavar
a ferida e o corte

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a dúvida aponta
na crista da onda
a moça responde
olhar-horizonte

maré e cachaça
nos olhos do homem
que dela não largam
nem por pirraça

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15 pras nove
ele liga rapidamente sua conexão
ela cai no vácuo
quebrando o invólucro da relação

11 e blau
ela procura intensamente
ele cai no off
desligando a lente

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o mar é pra fortes
o vento pra poucos
a chuva pro corte
e a ferida uma hora seca

>>>

DE OCEANOS

08 maio, 2008

...compartilhando...

A fria solidão da madrugada em seu primeiro sussurro


me sinto tão só nessa madrugada que se inicia...procurei por dias e dias um amigo que falasse minha língua. todos tão ocupados em seus castelos de cartas. não posso reclamar. ando umbilical demais, quase não olho pela janela. mas confesso que essa solidão me dói. atravessa meu ontem e se instala paulatinamente nessas retinas fatigadas. de repente estrangeira em mim. ou é coisa que vem vindo e não percebemos porque nosso tempo é imediato e seco. te uso como a um guardanapo. antes era mais fácil me desmanchar. você era um estranho distante desconhecido. agora faz parte dessa dor minha. porque talvez você não saiba o tanto de sentimentos que desperta em mim. coisa boa e ruim. quando te escrevo me evidencio, crio brilho nos olhos. acredito em amores impossíveis e fotografo relances incrivelmente arquitetados da minha fantasia. como se você me desse vida. me assusta essa correria de sangue nas veias. me assusta se pés no chão. caio na real num tombo específico. desimagino o impossível. a distância vira uma rua entre nós. e todos os nós fixam esse intervalo que persiste entre a minha nuca e a sua. já não passeio mais por devaneios espontâneos. sou a sólida convicção do nunca. te encontrar seria me reencontrar. nas nuvens, na cama, no simbólico sentido do existir cotidianamente. mas não é. te encontrar é o utópico e volúvel desejo de uma pessoa só. durante muito tempo percorremos as mesmas ruas. um dia por acidente tomamos chopp na mesma tulipa e isso me faz imaginar um encontro consonantal entre nossas bocas. não demos atenção ao acaso e a vida foi como o vento. levou você pro outro lado da rua e me deixou em silêncio. mudar isso seria ingênuo. como nascer de novo. o parto exige uma força descomunal do feto. reflito e infinito que não se acaba em reticências. muito menos se encerra num botão de off.

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Fria solidão de um sussurro


te uso como a um guardanapo.quando te escrevo me evidencio, crio brilho nos olhos. acredito em amores impossíveis e fotografo relances incrivelmente arquitetados da minha fantasia. como se você me desse vida. me assusta essa correria de sangue nas veias. me assusta se pés no chão. te encontrar é o utópico e volúvel desejo de uma pessoa só. te encontrar seria me reencontrar. nas nuvens, na cama, no simbólico sentido do existir cotidianamente. mas não é. me sinto tão só nessa madrugada que se inicia...procurei por dias e dias um amigo que falasse minha língua. todos tão ocupados em seus castelos de cartas. não posso reclamar. ando umbilical demais, quase não olho pela janela. mas confesso que essa solidão me dói. atravessa meu ontem e se instala paulatinamente nessas retinas fatigadas. de repente estrangeira em mim. ou é coisa que vem vindo e não percebemos porque nosso tempo é imediato e seco. antes era mais fácil me desmanchar. agora faz parte dessa dor minha. porque talvez você não saiba o tanto de sentimentos que desperta em mim. coisa boa e ruim. caio na real num tombo específico. desimagino o impossível. a distância vira uma rua entre nós. e todos os nós fixam esse intervalo que persiste entre a minha nuca e a sua. já não passeio mais por devaneios espontâneos. sou a sólida convicção do nunca. durante muito tempo percorremos as mesmas ruas. você era um estranho distante desconhecido. um dia por acidente tomamos chopp na mesma tulipa e isso me faz imaginar um encontro consonantal entre nossas bocas. não demos atenção ao acaso e a vida foi como o vento. levou você pro outro lado da rua e me deixou em silêncio. mudar isso seria ingênuo. como nascer de novo. o parto exige uma força descomunal do feto. reflito e infinito que não se acaba em reticências. muito menos se encerra num botão de off.

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Noite solitária de sussurros frios


me sinto tão só nessa madrugada que se inicia. procurei por dias e dias um amigo que falasse minha língua. todos tão ocupados em seus castelos de cartas. não posso reclamar. ando umbilical demais, quase não olho pela janela. mas confesso que essa solidão me dói. atravessa meu ontem e se instala paulatinamente nessas retinas fatigadas. de repente estrangeira em mim. ou é coisa que vem vindo e não percebemos porque nosso tempo é imediato e seco. te uso como a um guardanapo. antes era mais fácil me desmanchar. você era um estranho distante desconhecido. e todos os nós fixam esse intervalo que persiste entre a minha nuca e a sua. já não passeio mais por devaneios espontâneos. sou a sólida convicção do nunca. te encontrar seria me reencontrar. nas nuvens, na cama, no simbólico sentido do existir cotidianamente. mas não é. te encontrar é o utópico e volúvel desejo de uma pessoa só. durante muito tempo percorremos as mesmas ruas. um dia por acidente tomamos chopp na mesma tulipa e isso me faz imaginar um encontro consonantal entre nossas bocas. não demos atenção ao acaso e a vida foi como o vento. levou você pro outro lado da rua e me deixou em silêncio. mudar isso seria ingênuo. como nascer de novo. o parto exige uma força descomunal do feto. reflito e infinito que não se acaba em reticências. muito menos se encerra num botão de off. agora faz parte dessa dor minha. porque talvez você não saiba o tanto de sentimentos que desperta em mim. coisa boa e ruim. quando te escrevo me evidencio, crio brilho nos olhos. acredito em amores impossíveis e fotografo relances incrivelmente arquitetados da minha fantasia. como se você me desse vida. me assusta essa correria de sangue nas veias. me assusta se pés no chão. caio na real num tombo específico. desimagino o impossível. a distância vira uma rua entre nós.

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Sussurro solitário numa noite fria


agora faz parte dessa dor minha. porque talvez você não saiba o tanto de sentimentos que desperta em mim. coisa boa e ruim. quando te escrevo me evidencio, crio brilho nos olhos. acredito em amores impossíveis e fotografo relances incrivelmente arquitetados da minha fantasia. como se você me desse vida. me assusta essa correria de sangue nas veias. me assusta se pés no chão. caio na real num tombo específico. desimagino o impossível. a distância vira uma rua entre nós. e todos os nós fixam esse intervalo que persiste entre a minha nuca e a sua. já não passeio mais por devaneios espontâneos. sou a sólida convicção do nunca. te encontrar seria me reencontrar. nas nuvens, na cama, no simbólico sentido do existir cotidianamente. mas não é. te encontrar é o utópico e volúvel desejo de uma pessoa só. durante muito tempo percorremos as mesmas ruas. um dia por acidente tomamos chopp na mesma tulipa e isso me faz imaginar um encontro consonantal entre nossas bocas. não demos atenção ao acaso e a vida foi como o vento. levou você pro outro lado da rua e me deixou em silêncio. mudar isso seria ingênuo. como nascer de novo. o parto exige uma força descomunal do feto. reflito e infinito que não se acaba em reticências. muito menos se encerra num botão de off. me sinto tão só nessa madrugada que se inicia...procurei por dias e dias um amigo que falasse minha língua. todos tão ocupados em seus castelos de cartas. não posso reclamar. ando umbilical demais, quase não olho pela janela. mas confesso que essa solidão me dói. atravessa meu ontem e se instala paulatinamente nessas retinas fatigadas. de repente estrangeira em mim. ou é coisa que vem vindo e não percebemos porque nosso tempo é imediato e seco. te uso como a um guardanapo. antes era mais fácil me desmanchar. você era um estranho distante desconhecido.

07 maio, 2008

sandice

saí de casa afim de um banho de água fria
mas não chovia mas não chovia
queria quebrar a cara
mas não caía
procurava uma decepção por entre os vãos
mas ali não passava nem luz
queria o peso da cruz
mais que qualquer dos cristãos
queria que alguém chacoalhasse
que minha certeza ruísse
nas desmaravilhas de alice
que meu mundo desabasse num só desabafo


mas estava sem sorte naquele dia
continuava sorrindo em meio a tanta sandice