só não choro
quando chove
porque choram por mim
choram alagamentos
gotas grossas de janeiro
lágrimas em guerra
chove tanto que me seco
na dor que se evapora
em solidariedade
o barraco leve
levado pela enxurrada
sem resistência
a história molhada
de pessoas ilhadas
socialmente
se vai nas correntezas
e a senha é distribuída
pela ordem de chegada
crianças pequenas
e mães solitárias
em comunhão
a luta pela vida
retorna como tempestade
quando o sol aparece
há que se começar
de novo e de novo
em resistência
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