13 agosto, 2009

NEM SÓ DE PETRÓLEO VIVERÁ O HOMEM

Em meio aos petrodólares e sua fantástica fábrica da prosperidade, nem tudo são manguezais. A riqueza que vem do mar acaba dando uma identidade peculiar às cidades que sobrevivem da exploração do petróleo. A cidade não pára, a cidade só cresce, como dizia aquele poeta do recife. O dinheiro atrai todo tipo de especulação e acabamos todos espectadores de uma devastação sem tamanho e sem nominação. Existe uma cultura do medo, pautada no clientelismo, que confunde e comanda a todos nós. Peraí. Comanda a todos nós? Hoje o clima é de alforria, de provocação aos nossos instintos coletivos do dizer não ao que não queremos mais que aconteça. Pare. Repare. Mas não permaneça inerte. Intervenha. Responda ao que te incomoda com a audácia que só têm os sem saída. Pense que hoje é o grande dia. Até quando você vai dançar o baile dos royalties? Royalties baixos, casas sem esgoto. Royalties baixos, pescadores sem entreposto. Royalties baixos, saúde na fila. Vamos fazer a grande ciranda da inspiração e dizer que desse jeito não dá mais. Assistir filme juntinho é só um pretexto pra (r)evolução. Nem só de petróleo viverá o homem. Evoquemos nobres sentimentos que nos permitam, dia a dia, resistir ao determinado e reinventar os passos.

(texto produzido para o programa da 1a MosCA - Mostra de Filme Ambiental - de Rio das Ostras)

Um comentário:

Priscila disse...

Tati,
O texto ficou perfeito!!
1ª MosCA de R.O. \o/
Que seja a 1ª de várias... a cidade agradece.
Até!
=]