03 fevereiro, 2009

posso achar elefantes dentro da minha colcha de retalhos. posso achar o mundo vasto vez ou outra. noutras horas o mundo é uma pessoa. posso duvidar da possibilidade do amor incondicional e das paixões pós 68. posso engravidar na próxima trepada. posso optar por um emprego engomadinho e desoptar da criatividade. posso estudar livros e livros de astrologia e morar no céu de são paulo. posso fechar os olhos ao mergulhar no mar. e posso abri-los em queda livre. posso desligar o ventilador quando quiser o calor. posso permanecer na cadeira do mundo virtual sem sol. posso ser bonita e acessível. inteligente e só. posso atrever cabelo colorido em dias de chuva. posso a vaidade a vadiagem a nostalgia. posso desistir da poesia e partir pra necrópsia. posso roer o osso da costela do porco enquanto alguns se alimentam de luz. posso como se fosse livre. posso como se fosse escolha. no fundo a gente encolhe. deseja os desejos perecíveis. deleta o impossível pra seguir seguindo. sendo assim eu minto. queria poder despossuir do permitido e reinventar a roda.
e era um elefante cor de rosa que cuspia fogo.
(inacabado)

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