23 abril, 2008

gramática

preciso confessar outra coisa. o meu termômetro é a escrita. poucos homens me fizeram escrever. menos ainda me fizeram gozar. nossa, eu disse isso. de exigência ou incompetência, não sei se o que houve foi abundância ou abstinência... o fato é que me sinto em casa com você, mesmo não sabendo o endereço. caí na sua história com status de musa nua do imaginário. e deslizo palavras cruas por você. subo dos pés à cabeça decorando frases num poema cutâneo. transpiro verbos imperativos se te quero de pé. substantivo cafunés quando preciso de colo. e viro páginas finas sobre sobre seu sono. flutuo desgovernada no movimento de encaixar rimas. abro as pernas para sua gramática. gozo adjetivos de tanto prazer.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adoro teu texto. Adoro estes delírios, estas verdades e mentiras. Você não sabe mas foi a amiga que me ensinou a gostar de poesia, e sem decorar, forçar, fingir, passei a gostar... lendo Manoel de Barros bem devagarinho, aprendi a colocar cada sílaba na boca e sentir o sabor de cada uma delas. Já velho, descobri que graças à poesia podia sentir os pés descalços tocando o chão úmido, o cheiro de quintal, as calças curtas de menino e a ausência total de censura. Quais amizades são presentes tão essenciais? Abraço apertado!

Tati Tavares disse...

mocionô...zói mareado...sis amigo aprontam sempre um jeitim d quebrá cum a genti...rss